Artigo, Qualidade Industrial, SPC
Cartas de Controlo: Onde surgiram e que problemas o ajudam a resolver?
Com relativa frequência as empresas se deparam com os seguintes dilemas, para os quais as Cartas de controlo constituem a solução adequada:
Walter Shewhart
Em 1918, incumbido da melhoria da qualidade dos equipamentos telefónicos, produzidos na Western Electric Company, o físico Walter Shewhart assumiu a árdua tarefa de dar resposta a estas questões, para sempre revolucionando o conceito de “Controlo Industrial”.
O memorando que apresentou a 16 de maio de 1924 constitui um marco histórico, valendo-lhe o título de “pai” do Controlo Estatístico da Qualidade.
Shewart deu a conhecer as Cartas de Controlo, uma ferramenta gráfica de aplicação de métodos estatísticos no controlo da qualidade em meio industrial, até então apenas mencionados em escassas publicações teóricas.
O seu trabalho consolidou a noção da redução da variabilidade como meio de atingir a estabilidade de um processo, instituindo que um processo estável, o mesmo será dizer, sob controlo estatístico, é apenas afetado por variações de causa comum e que, perturbações mais significativas, que afetam e comprometem o seu normal funcionamento, descrevem causas especiais ou situações extraordinárias, que devem ser eliminadas, de forma a restabelecer a normalidade de um processo.
Certamente já se deparou com a necessidade de introduzir modificações num determinado processo e não ter a certeza sobre quais os parâmetros a alterar!
Com elevada frequência, proceder a tais ajustes, sem recorrer aos corretos métodos de análise, surte o efeito oposto ao pretendido, em particular, o incremento da variabilidade do processo, ao invés da pretendida redução, e consequente degradação da qualidade.
A boa notícia é que, num processo consistente e estável, as variações de causa comum apresentam uma distribuição normal e são facilmente identificáveis nas Cartas de Controlo.
As variações naturais assumem um padrão perfeitamente aleatório em torno da média, representada pela linha central (LC), e estão compreendidas na região delimitada pelos limites de controlo inferior (LIC) e superior (LSC).
A probabilidade de um determinado ponto se encontrar dentro dos limites de controlo é de 99,73%. Todos os restantes pontos, que excedam esses limites, correspondem a variações não naturais (variações de causa especial) do processo que devem ser excluídas para que a estabilidade seja restabelecida.