Artigo, Indústria e Tecnologia

i4.0: Poderá a Máquina substituir o Homem?

Tendo em conta os princípios da i4.0 (quarta revolução industrial) e o acelerado ritmo de desenvolvimento tecnológico a que assistimos, constituirá a evolução da máquina uma ameaça eminente ao papel do homem na indústria? Descubra a resposta nos próximos parágrafos!

Contextualização: i4.0, desenvolvimento tecnológico e inteligência artificial

A i4.0 tem como objetivo informatizar o mundo fabril, propondo a integração técnica de Sistemas Ciberfísicos (CPS), na produção e logística, bem como o recurso à internet orientada à otimização de processos industriais. Este processo, onde os equipamentos e as máquinas estão conectados em rede, através de plataformas digitais que disponibilizam informação em tempo real, é também designado de Internet das Coisas (IoT).

Assim, com os avanços recentes nestas tecnologias, juntamente com o advento e forte aposta em investigação, no âmbito da Inteligência Artificial (IA), as máquinas são concebidas para trabalharem de forma mais rápida e eficaz, reduzindo a possibilidade de erro humano, agilizando processos e, por conseguinte, poupando tempo e dinheiro às empresas.

Por isso, é compreensível e relativamente fundamentado, o receio de que a evolução da máquina constitua uma ameaça eminente à presença do homem na indústria, especialmente quando considerando o crescente ritmo de desenvolvimento tecnológico. 

Mas será efetivamente verdade, estará a máquina a substituir o Homem?

i4.0: poderá a máquina substituir o homem?

De facto, estima-se que, com o desenvolvimento tecnológico, a “máquina” venha a fazer todo o trabalho de manufatura. Porém, um estudo divulgado em 2015 pela entidade de Consultoria Internacional Deloitte, constatou que foram mais os postos de emprego criados, do que os eliminados.

Apesar de estarem cada vez mais desenvolvidas, existem características que são exclusivas do ser humano e que não podem, pelo menos atualmente, ser colmatadas pelas máquinas, como é o caso da criatividade. Assim, depreende-se que as máquinas sejam úteis em determinadas tarefas, como por exemplo, agilizar o processamento de informação, área na qual a computação tem sido alvo de significativo progresso na última década, suprindo a capacidade limitada do ser humano em processar rapidamente grandes volumes de informação.

A desmaterialização de processos, por meio da adoção de ferramentas e processos de automação, tal é o pressuposto da i4.0, acaba assim por se constituir como um fator predominantemente positivo, quando analisados os prós e contras dele decorrentes.

O problema talvez resida no facto de se pensar negativamente na automação contemplando isoladamente o papel que a mesma desempenha na extinção de postos de trabalho, previamente dependentes de mão de obra, quando deveria ser recebida de braços abertos, enquanto oportunidade para libertar recursos humanos para outras tarefas.

Apesar de assumir uma maior dimensão, com o aparecimento da i4.0, principalmente no que respeita a preocupação com a supressão de postos de trabalho que, de outra forma, requereriam a total dependência de recursos humanos, a automação e suas respetivas implicações, não são um problema exclusivo da atualidade.

Conclusão

A grande Revolução Industrial, promovida pelos avanços científicos do século XVIII, desencadeou o desenvolvimento de uma série de tecnologias, então disruptivas, entre as quais a máquina a vapor, transformando o modo de fazer da indústria, de forma similar ao que sucede com a atual i4.0.

Porém, à semelhança do que aconteceu com a Indústria 1.0, isto não significa que a inovação e o desenvolvimento tecnológico promovam a abolição de postos de trabalho. Apesar de a máquina vir a substituir o homem em várias tarefas, simultaneamente, proporcionará novas oportunidades de trabalho, anteriormente impossibilitadas pela sua inexistência.

Todavia, é importante que o homem perceba que é ele que se deve adaptar à tecnologia, não o oposto. Por essa razão, a chegada da i4.0, à semelhança das suas predecessoras, não constitui um fenómeno com implicações negativas, ao nível da esfera humana, mas sim uma fase de ajuste e adaptação às propostas de um futuro crescentemente tecnológico.

Neste contexto, a capacitação e adequação dos recursos humanos às particularidades dos avanços tecnológicos constantes, constituir-se-á como um fator chave de diferenciação e um meio para assegurar um papel ativo do homem nesta nova era de automatização industrial.

Entre na era digital!

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