OEE
Indicador OEE: 8 aspetos a considerar antes de começar
A implementação do indicador OEE na sua empresa é um passo importante na melhoria do seu processo produtivo. Sendo um indicador reconhecido globalmente, permite facilmente medir o nível de desempenho de cada máquina ou linha de produção, identificando também as causas para as principais perdas. Para uma boa implementação deste indicador, deve, no entanto, adapta-lo à realidade especifica da sua empresa.
O que encontra neste artigo?
8 aspetos a considerar antes de começar a calcular o indicador OEE
Registos automáticos ou manuais?
A resposta pode ser óbvia, mas tenha-a em consideração.
Se tem uma produção contínua (ex: linha de enchimento de vinho) os registos automáticos serão a melhor escolha, lendo os sinais mais indicados da sua linha de produção, através de mecanismos de automação industrial.
Por outro lado, se estivermos a implementar o indicador OEE numa linha tipo job shop (células de trabalho), onde cada operador é responsável por uma tarefa, provavelmente a única solução será um registo manual onde o operador vai registando a produção realizada, desperdícios e tempos de paragem.
Por vezes, dada a complexidade do processo produtivo, uma solução mista poderá trazer os melhores resultados.
Definir o ponto de medição
Onde devo medir o indicador OEE?
É uma excelente questão e que pode levar a debates internos interessantes.
Se muitas vezes a resposta é óbvia (ex: linhas de produção com uma máquina ou job shops) em linhas de produção com muitas máquinas (ex: enchimento de vinho), o ideal é escolher o local no qual existe um maior estrangulamento da produção, visto ser um ponto que poderá condicionar todos os outros.
Definir os motivos de paragem
De preferência, escolha entre 5 a 10 motivos, de forma a não dispersar muito as causas de paragem e tornar a interpretação das razões da paragem mais complicadas de interpretar.
Uma lista curta também simplifica o trabalho do operador na altura de escolher o motivo.
E em nenhuma circunstância caia no erro de ter um tipo “Outros”!
Definir os tipos de desperdícios
Crie uma lista curta e simples dos principais motivos de produção não conforme, com vista a uma análise mais simples.
E, mais uma vez, não caia no erro de ter um tipo “Outros”!
Calcular o ciclo padrão
A definição correta do ciclo padrão do processo em análise é a chave para o cálculo do indicador do desempenho. Mesmo que tenha uma velocidade padrão indicada pelo fornecedor do equipamento, o ideal é realizar medições internas para ter o ciclo real do desempenho da máquina na sua fábrica.
Lembre-se: só é possível calcular o ciclo padrão quando o seu processo estiver a produzir unidades de forma consecutiva sem paragens ou ajustes.
Escolher a Human Machine Interface
Qual a melhor forma do operador interagir com o sistema a implementar?
Para ter em conta o investimento, é importante definir se quer utilizar uma consola industrial, um tablet específico para o efeito ou algum computador adjacente à linha de produção identificada.
O tipo de ambiente industrial, layout da linha de produção, disponibilidade e formação dos operadores são aspetos importantes a ter em conta na altura de escolher a melhor interface.
Rastreabilidade
Qual o nível de detalhe que pretende para o seu sistema de OEE?
É útil calcular apenas os indicadores principais ou pretende rastrear produtos e lotes de produção?
Imagine o seguinte cenário: para uma linha de produção com um ciclo padrão igual para os todos os produtos ali produzidos, não é necessário saber o tipo de produção para calcular os indicadores de disponibilidade, desempenho ou qualidade e por consequente o indicador OEE.
Por outro lado, se numa linha de produção existirem ciclos padrão diferentes consoante o tipo de produto, registar quando ocorre a troca do produto A para o produto B é fundamental para o cálculo correto do indicador do desempenho.
Rastrear todas as trocas de produto e lote é a solução mais robusta, trazendo, por acréscimo, vários desafios de implementação.
Premissas internas
Tenha em conta as seguintes premissas para catalogar corretamente os dados recolhidos:
– Dias/horários de trabalho a controlar
Em que dias a sua linha de produção está a trabalhar?
– Tempo de produção planeada diária
Qual o tempo planeado de produção diário: 1 turno, 2 turnos ou 24 horas?
– Paragens planeadas
Defina o que são paragens planeadas
(ex.: intervalos, hora de almoço, manutenção planeada, etc) e o que não são.