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Manutenção industrial: o que é e porque é tão importante?
A constante inovação tecnológica permite que as empresas tenham novas possibilidades para integrar ferramentas que aumentam os níveis de produção de máquinas e equipamentos. Para que isso aconteça, é importante adotar uma abordagem de monitorização e melhoria contínua dos processos de manutenção desses equipamentos. Descubra neste artigo qual a importância da manutenção industrial antes de implementar a sua estratégia.
O que encontra neste artigo?
O que é a manutenção industrial?
Automatizar, otimizar e controlar todo o ciclo de manutenção permite assegurar a eficiência, disponibilidade e segurança das infraestruturas e, consequentemente, que estas são intervencionadas no devido tempo, sob pena de as avarias provocarem a diminuição do rendimento e prejuízos avultados.
Neste âmbito, importa relembrar que a indústria 4.0 está também ela relacionada com a utilização de sensores nos ativos, permitindo que se tornem mais inteligentes e que os operadores possam tomar, em tempo real, decisões concretas baseadas em dados.
A manutenção industrial é definida como a ação técnica que regula o normal funcionamento dos equipamentos e máquinas industriais.
Tipos de manutenção: corretiva, preventiva e preditiva.
Consoante abordagem, podemos dividir a manutenção industrial em corretiva, preventiva e preditiva.
Conheça agora as diferenças e vantagens associadas a cada tipo:
Manutenção industrial corretiva
Conhecida como a manutenção reativa, a atividade técnica só é executada quando ocorre uma ocorrência. Geralmente, estamos perante uma avaria em equipamentos, que necessitam de um restauro ativo para que possam voltar a funcionar nas condições ideais.
Nesta abordagem caraterizada por ações de reparo ou de substituição, é aconselhável que seja adotada apenas em equipamentos de baixo impacto e menor valor. Onde os processos fabrico no chão de fábrica não sejam afetados e possam continuar a laborar e sempre que o trabalho de manutenção ou monitorização constante seja superior à própria reparação ou substituição.
O desafio na manutenção corretiva é que os ativos têm um tempo de vida mais curto do que se implementasse uma das próximas duas abordagens. Assim, a manutenção corretiva ocorre essencialmente em duas fases de uma avaria: quando se identifica um dano ou perturbação ou após a falha total dos equipamentos. Como neste modelo apenas se realizam ações extremas da manutenção (perfeita ou mínima) e não consideram a real eficiência dos reparos, a literatura académica apelida este procedimento como “reparação imperfeita”.
Manutenção industrial preventiva
Como o próprio nome indica, a manutenção tem como objetivo prevenir a ocorrência de avarias e minimizar as paragens produtivas. Por norma, a frequência é da responsabilidade do gestor de manutenção, que define a frequência das ações com base em estimativas da vida útil dos equipamentos e nas probabilidades associadas a cada tipo de ocorrências.
Neste campo, os próprios fabricantes de equipamentos industriais têm, não raras vezes, as suas próprias equipas de técnicos especializados para prestar serviços de manutenção regular, com o intuito de manter o equipamento a funcionar com níveis ótimos de desempenho.
Podemos então dizer que esta ação ocorre de forma cíclica e programada, uma vez que não se encontra dependente das condições apresentadas pelos ativos. As revisões periódicas, inspeções, limpeza e lubrificação de peças são ações comuns nesta tipologia de manutenção.
O desafio na manutenção preventiva é que, ao não ter em conta a condição real dos equipamentos, os planos de ação podem ser manifestamente insuficientes e resultar em ações compensatórias.
Manutenção industrial preditiva
Esta é, entre todas as abordagens, a mais recente e a que requer um maior investimento tecnológico e formação de colaboradores para interpretar e usar corretamente os dados recolhidos.
Assumindo o pressuposto da contínua monitorização em tempo real dos indicadores físicos e operacionais dos equipamentos em funcionamento, procura-se prever, com recurso a análises de vibração, óleo, acústica, infravermelhos, imagens térmicas, entre outras, temporalmente a ocorrência de avarias e paragens na produção.
Com esse conhecimento de antemão, as manutenções são agendadas antes de se registar as paragens, eliminando-se a necessidade de manutenção corretiva ou preventiva. A manutenção centrada na monitorização passa, portanto, também por aumentar a disponibilidade dos ativos.
Notas finais
Abordamos neste artigo a importância da manutenção industrial, bem como as diferentes abordagens, uma vez que as indústrias dependem fortemente de equipamentos para produzir com alta qualidade de forma eficiente.
Percebe-se que a evolução tecnológica se rege por uma busca incessante de novas formas de monitorizar os vários equipamentos que sustentam os processos de produção, de forma a assegurar o pleno funcionamento das máquinas. Ainda assim, importa referir que não é possível eliminar por completo, a 100%, a existência de imprevistos.
A previsão de falhas, quando estas ainda se encontram na sua face oculta, é um claro sinal de como as empresas inteligentes conseguem distinguir-se daquelas que permanecem nas tradicionais formas de produção.
Além de a análise preditiva sustentar a tomada de decisão proativa baseada em dados e evidências, a verdade é que as vantagens são muitas e dizem respeito à eficiência produtiva e à redução de custos.
Mais do que pensar, isoladamente, na elaboração de planos de manutenção dos equipamentos e máquinas para prevenir avarias e reduzir as probabilidades de falhas, a integração automatizada dos indicadores de produção em sistemas de gestão e otimização de processos industriais ou em sistemas de gestão da manutenção permite ter uma visão global e em tempo real sobre o desempenho da empresa. Deste modo, um plano orientado para a transformação permitir-lhe-á implementar melhorias contínuas que dizem respeito a toda cadeia de valor.