Artigo, Indústria e Tecnologia

As várias fases da Revolução Industrial

Desde o século XVIII até à atual indústria 4.0, a Revolução Industrial levou a um conjunto de mudanças significativas, com novos paradigmas no setor. Conheça-as de seguida!

A Revolução Industrial

A revolução industrial marca a mudança no setor, com o desenvolvimento de vários avanços e transformações, principalmente tecnológicos, que permitiram agilizar procedimentos, bem como acelerar e ampliar o processo produtivo.

Atualmente, muito se fala da Indústria 4.0, dos seus avanços e na forma como esta se está a desenvolver, bem como do receio face à eventual substituição do homem pela máquina no desempenho das suas funções.

Contudo, estes desenvolvimentos não são exclusivos da atual conjuntura, despoletada pela adoção dos pressupostos de automação da indústria 4.0, sendo necessário entender que não representam senão o culminar diversos catalisadores, que remontam ao século XVIII, com advento da 1ª revolução industrial.

As várias fases da Revolução Industrial

Etapas da Revolução industrial

Indústria 1.0 – Primeira Revolução Industrial

Indústria 1.0

A 1ª grande revolução industrial tem lugar em meados do século XVIII, em plena Inglaterra Vitoriana, marcada pela introdução de tecnologias, então disruptivas, que tiveram profundo impacto na indústria e na forma de trabalhar do Homem.

Resultado de avanços significativos, no âmbito da investigação científica, a manualidade e os processos artesanais, cedem lugar a elaborados processos de produção industrial, marcando a transição da manufatura para a maquinofatura, fator que contribuiu para um acelerado desenvolvimento do sistema capitalista.

A Indústria 1.0 foi também caracterizada por duas importantes invenções que transformaram, de forma significativa, o setor produtivo e dos transportes. A descoberta do potencial do carvão, como fonte de energia, abriu o caminho para a criação da máquina a vapor e da locomotiva, promovendo a dinamização do transporte de pessoas, matéria-prima e distribuição de mercadoria, estabelecendo assim novos paradigmas de locomoção e produção.

Apesar de a maquinofatura, potenciada pelo aparecimento dos motores de energia a vapor, substituir a necessidade de mão de obra, num sem número de tarefas que exigiam elevado esforço físico, a adoção da máquina, precisamente porque acelerou e agilizou os processos de produção, aumentou a necessidade de mão de obra, de forma a dar resposta ao aumento da capacidade de produção.

Consequentemente, grande parte da população trocou o meio rural pelas cidades à procura de trabalho, fenómeno que ficou conhecido como Êxodo Rural.

Indústria 2.0 – Segunda Revolução Industrial

Indústria 2.0

A segunda revolução industrial é marcada pela introdução da energia elétrica, pelo uso do motor a explosão, pelo aparecimento dos corantes sintéticos, pela produção, em grande escala de aço e alumínio e pela invenção do telégrafo.

Com estes avanços foi possível explorar novos mercados e acelerar o ritmo industrial.

A noção do impacto destes avanços, no desempenho da indústria, levou a que a comunidade científica focasse o seu trabalho na elaboração de teorias e no desenvolvimento de maquinaria progressivamente mais aprimorada, com o intuito de reduzir progressivamente tempos e custos de produção.

Paralelamente aos avanços tecnológicos que despoletaram o alvorecer da segunda revolução industrial, o ano de 1914, marca o advento fordismo, termo diretamente relacionado com o percursor desta filosofia, Henry Ford. Um modelo assente na racionalização dos meios e processos de produção, baseado em inovações técnicas e organizacionais que atentam às implicações da produção em grande escala, com o intuito de abranger e dar resposta ao mercado de massa.

O paradigma proposto por Ford, primeiramente materializado no modelo de produção do Ford T, assenta nos princípios da padronização e da simplificação, propostos pelo taylorismo, de Frederick Taylor, por muitos considerado o pai da Administração Científica e percursor da eficiência e eficácia operacional, na administração industrial, instituindo, entre outros, o princípio da intensificação como um standard de eficiência dos processos produtivos industriais, fator que marcou e definiu o rumo da segunda revolução industrial, de tal forma que o capitalismo disparou significativamente, rompendo fronteiras e incidindo diretamente na aceleração da economia mundial.

Indústria 3.0 – Terceira Revolução Industrial

Indústria 3.0

Também conhecida por Revolução Técnico-Científica e Informacional, a Indústria 3.0 constitui-se como um processo de inovação tecnológica marcado por avanços significativos nas áreas da Informática, Robótica, Telecomunicações, Transportes, da Biotecnologia e química fina, bem como da Nanotecnologia.

Os modelos de produção altamente competitivos, praticados pelas grandes corporações, a nível mundial, são fundamentalmente alterados, exigindo, a adoção de tecnologia mais sofisticada e complexa, requerendo agora um menor número de recursos humanos, porém com crescente nível de qualificação.

As vantagens decorrentes de inovações técnicas ao nível das tecnologias de comunicação e dos transportes, facultam, precisamente porque abolem a questão da distância, a descentralização das empresas, permitindo a sua migração para regiões com condições logísticas, legais e financeiras mais favoráveis ao seu crescimento, como por exemplo, mão de obra mais barata e matéria-prima abundante, por conseguinte, de custo mais reduzido, leis ambientais menos rigorosas, entre outras.

Indústria 4.0 – Quarta Revolução Industrial

Indústria 4.0

Os mais recentes avanços tecnológicos permitem a interligação entre o mundo real e o digital, através de Sistemas Ciberfísicos. Equipamentos e sistemas passam a estar conectados em rede, partilhando e disponibilizando informação em tempo real, por meio de sensores, processo designado de Internet of Things (IoT), traduzido para português, Internet das Coisas.

Protocolos IoT abrem portas a modelos de produção industrial personalizados, permitindo ao consumidor um papel ativo no processo, passando a ser, literalmente, um agente ativo de manufatura no processo de produção industrial.

O consumidor é, simultaneamente, produtor e “a empresa” desmaterializa-se, assumindo o perfil de serviço.

Do mesmo modo, as máquinas conseguem ainda comunicar entre si, monitorizar-se, perceber se existem falhas e, através de cálculos independentes, determinar quando é necessária a manutenção. Consequentemente, estas mudanças tornaram a produção e a logística mais flexíveis, uma vez que a informação não será processada por uma unidade central.

A comunicação entre as máquinas e produtos requer novos protocolos de comunicação, capazes de descrever os dados de forma elegível para as mesmas, permitindo que outras máquinas ou sistemas realizem ações, baseadas nesta informação. 

Embarque na 4ª Revolução Industrial!

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